terça-feira, 22 de maio de 2012

O que posso saber é que a vida é uma estrada, sem direção certa...

Começar uma nova etapa na vida não é lá uma das coisas mais fáceis, não é??? Uma separação depois de anos de casamento, um fim de namoro, uma mudança de bairro, cidade ou país, ou começar uma faculdade, ainda mais quando se está alguns aninhos distante da faixa etária predominante. São tantas dúvidas e incertezas que ficamos literalmente desorientados. Então, como reagir??? Bem, ainda estou descobrindo...
Depois de passar anos batalhando pela aprovação no vestibular para medicina em uma universidade Federal, eis que o momento chegou: a faculdade era a tão sonhada Federal, porém o curso não era o mais almejado. Não suportava mais a ideia de seguir insistindo nessa busca e pensei: "Hora de mudar o rumo da viagem..." e foi exatamente o que eu fiz. Se foi a decisão mais coerente eu não sei, ainda estou desvendando o mistério, e esses primeiros 3 meses não foram os mais agradáveis, pode ter certeza.
Depois da euforia da aprovação - multiplique isso por 1 milhão quando se é aprovado nos pênaltis - veio a hora de cair na realidade: ESTUDAR ESTUDAR ESTUDAR!!!! Essa é a palavra de ordem. E o que fazer com os sentimentos, aqueles da expectativa de busca da medicina? Afinal eu estava na sala ao lado das aulas que sempre almejei. E como lidar com a situação de trabalhar à noite, ir virada pra aula depois de 12h de plantão, ou então, depois de um dia inteiro na faculdade, sair para trabalhar? Confesso que minha alegria durou exatos 53 dias. Diante da primeira avaliação, eu desabei: cansaço, estresse, insegurança do que querer. Tudo, exceto o conteúdo da prova, rondava minha cabeça naquele instante. Percebi que era a hora de redefinir o trajeto!!!
Aceitar, ao longo dos meus 27 anos, depender finaceiramente da minha mãe para custear os gastos com a rotina de universitária, pedir demissão do emprego, enfim, reorganizar minhas prioridades. Começava a mudança de paradigmas. No entanto, algo ainda persistia em me colocar à prova a todo instante: será que estou fazendo o que eu quero, como profissional?
Essa dúvida seguia a me importunar dia após dia, e piorou no instante em que um professor, gentilmente, convidou um recém formado em fisioterapia para explanar sobre sua visão acerca do mundo após a saída da faculdade. Resultado: DESASTRE EMOCIONAL COMPLETO!! Estive em vias de largar a faculdade, aquilo que o jovem transmitia não era o que eu desejava para minha vida. Até o dia de hoje!!!!
Outra professora convidou um profissional formado para nos mostrar a realidade da nossa futura condição. Após 2 horas de completa hipnose - sim, sua dissertação sobre o nosso mundo foi cativante a ponto de apenas me movimentar para trocar a posição na cadeira - havia se aberto uma nova expectativa sobre o que eu espero de mim, como profissional. Sabe a sensação de satisfação plena, total êxtase, como a mesma alegria e felicidade que tomaram conta de mim quando fui aprovada no vestibular? Tudo isso voltou naquelas 2 horas, foi como se minhas dúvidas estivessem se dissipando e novas expectativas e perspectivas estivessem sendo delineadas na minha trajetória. Sai daquela sala pesando muitos quilos menos, principalmente vindos da minha consciência que agora compreendia o real significado ter sido escolhida por essa profissão.
Por vir de uma família, em parte, religiosa, creio que Deus nos permite passar pelas mais diveras situações sempre com um propósito. Precisei passar por tudo o que descrevi aqui para, somente hoje, compreender meus dons e entender onde eles devem ser usados. Podemos circundar diversas áreas de atuação, até nos identificarmos com alguma dessas e ela nos escolher. É assim que me sinto hoje, feliz por não estar cursando medicina, pois agora sei que seria uma péssima profisional. A fisioterapia me escolheu, assim como a enfermagem outrora me escolhera. Tudo faz mais sentido.
Não tenha medo de mudar o rumo da sua vida, melhor trocar inúmeras vezes o caminho do que seguirmos por apenas um e percorrê-lo INFELIZ!!!